ZDB

Música
Concertos

Vincent Moon

sáb01.03.1422:00
Galeria Zé dos Bois


Vicent Moon
Dj Quesadilla

A sessão será sucedida pela cor e alegria de DJ Quesadilla.

É numa entrevista publicada na Internet que Vincent Moon recusa polidamente a classificação de arquivista. Diz ele que deseja, sobretudo, experimentar com os músicos. O que significa ao certo esta afirmação? Antes do mais, que as novas tecnologias de comunicação permitem a qualquer um ser o arquivista da sua própria obra musical. Já não é necessário o auxílio de um documentarista encartado ou de um coleccionador de sons estranho à realidade local. Mas também que o fito do realizador francês passa por desafiar os músicos a conceberem outros modos de dar a ouvir as suas vozes, ritmos e canções. O projecto La Blogothèque’s foi exemplar desse gesto, documentando músicos em plena actuação, mas longe dos palcos habituais, em ruas, praças ou avenidas, revelando a fragilidade, a emoção e o improviso desses momentos. Na verdade, tratava-se tão-somente de proporcionar aos artistas e aos espectadores (próximos e distantes) outra forma de experienciar a música.

De alguma forma foi isso que Moon repetiu em “From ATP”, um dos filmes incluídos na presente sessão. Nessa série de curtas realizadas nos bastidores e diante dos palcos do festival All Tomorrows’ Parties, Moon devolve aos músicos, com as suas memórias, frustrações e anedotas, um protagonismo que se vai tornando raro. E que, por isso, permanece comovente. A pop e o rock não são feitos apenas de sons, mas também de histórias e mitos.

Já os filmes de “Pétites Planetes” vão um pouco mais longe, em sentido literal e figurado. Vincent Moon viajou ao Japão, Chechénia, Brasil, Ucrânia, Austrália, Arménia, Filipinas, Peru entre outros países e filmou as performances de bandas, colectivos, orquestras, cantoras e cantores. Mas não se limitou a fazer um mero registo musical, captou o movimento dos corpos, as expressões dos rostos, a atmosfera dos lugares. Nas suas imagens, (quase) todos são protagonistas, da família curiosa que espreita o concerto às crianças que dançam em segundo plano. Aqui celebra-se música enquanto arte global e popular e por isso a sua apresentação na Galeria Zé dos Bois não podia ser mais oportuna. Dito de outro modo, a ZDB é um destino perfeitamente plausível na aventura de Vincent Moon. Mais do que plausível, a sua casa temporária. Tão imaginário quanto real. JM

Agradecimento especial a Ana Leonor Jordão

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