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Música
Concertos

Total Freedom ⟡ Cimento.

qui12.09.1322:00
Galeria Zé dos Bois


Total Freedom
Cimento.

Parece cada vez mais certo que a cultura bass e a sua geração presente se encontram num florescente momento de actualização, numa versão 2.0, dir-se-ia. Descartada a tirania dos guilty pleasures e alargados os horizontes fundamentais, exploram-se sonoridades díspares como a cumbia, o rock industrial e multi-referências à cultura pop. Isto sem esquecer a óbvia importância das linguagens do grime, do jungle, r n’ b ou da house. A inspiração é, portanto, infinita, assente num espírito hedonista e resultando num mash-up de extraordinária elasticidade musical. De Nova Iorque, gente como Venus X ou Zebra Katz têm ilustrado esta realidade, através das festas GHE20G0TH1K; por sua vez, o eco da costa oposta, em Los Angeles, faz-se sentir pela acção da trupe Fade To Mind (do produtor Kingdom). Será inconsequente enquadrá-la como reacção ou resposta, mas sim como encontro identitário e visão comum – que claramente ultrapassa os limites geográficos. O sinal dessa combinação sanguínea reside nas imensas colaborações e ligações entre os intervenientes. Ponta de lança da crew Fade To Mind, Ashland Mines assina obra enquanto entidade Total Freedom. Amplamente respeitado na cena local desde cedo, o seu domínio nas franjas musicais levou a que DJ/Rupture o convidasse para o seu lendário programa de rádio Mudd Up! e que vários clubes lhe abrissem a porta para um lugar cativo nas suas noites (Mustache Mondays, GROWN e WILDNESS são algumas das suas mensalidades atuais). A fogosa actuação no Boiler Room, o ano passado, apresentou-o a um público mais alargado, embora os pequenos bares e galerias continuem a ser o habitat natural de Mines. Tecnicamente irrepreensível, ressalta com preponderância a espontaneidade e ousadia nas escolhas e na forma como interagem entre si. Da cacofonia ao silêncio, do vocal a cappella ao instrumental seco, de Steve Reich a Ciara, Total Freedom incorpora cada elemento e cada alusão num todo, extraíndo o que de mais expressivo existe em cada um deles. Por isso os sets soam tão orgânicos e intensos, quase com vida própria, e construídos como se de narrativas se tratassem. Visita ímpar a Lisboa de um dos mais originais DJs do momento, cujo nome projecta, por si só, boa parte do encanto pronto a ser espalhado no Aquário. NA

Cimento.

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