De Edward Albee
Encenação de Dinarte Branco
Com Dinarte Branco, Leonor Salgueiro e Tomé Quirino

A ZDB tem o prazer de, em co-produção com Ligações-Perigosas, apresentar a mais recente encenação de Dinarte Branco.

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Um casal burguês de classe média vive pacatamente com duas filhas, dois gatos, dois periquitos, duas televisões e dois micro-ondas.
A mulher começa a dar sinais de alguma insatisfação.
Falam da sua relação, da sua sexualidade e das suas intimidades. Naquele domingo, aparentemente igual a tantos outros, a vida estável em família, como sempre sonharam e planificaram, parece já não chegar.
O homem sai de casa e vai para o banco de jardim onde se senta todos os domingos a ler. Aí tem um encontro inesperado com um homem falador, solitário e perturbado. Agora sim, a sua animalidade tão “castrada” quanto espicaçada – primeiro pela sua própria mulher e depois por este estranho vai, finalmente, emergir.

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‘Edward Albee, escolha consciente e direccionada. Um contemporâneo que através da sua atenção e sensibilidade permitiu questionar esta nossa, e também sua, condição Humana. Criando assim, particularmente na peça “ At Home at The Zoo” uma discussão e um debate com a nossa própria consciência sobre o que é vivermos nesta massa contemporânea que faz de nós seres limitados e não pensantes. Tudo isto provoca assim uma espécie de espelho perante a nossa própria racionalidade fornecendo-nos a nitidez necessária na compreensão deste modo pseudo-perfeito, egoísta, alienado, apático e materialista, em que nos permitimos existir, o modo como ignoramos o outro, mesmo quando o outro é a pessoa que dizemos amar. Albee consegue-o não dando respostas mas colocando perguntas que enquanto espectadores não podemos deixar de considerar.

Esta peça já me acompanha desde 1995 altura em que precisei de apresentar um monólogo nas provas de acesso à escola de teatro (ESTC) e um amigo me sugeriu a História de Jerry e do Cão. Desde então sempre pensei um dia poder voltar a ela e a descoberta do novo acto (At Home) foi o impulso necessário.
A partir daí foi procurar cúmplices para abordar a peça em todo o seu potencial. Os actores que escolhi foram aqueles a quem foi despoletada a mesma necessidade de verdadeiramente comunicar. Não acredito em interpretações encomendadas. A meu ver, tudo isto só faz sentido quando a percepção deste compromisso é encarada da forma mais séria que estes actores conseguirem.’

Dinarte Branco